50 Comidas Indígenas: Conheça o Hîhi, Jiquitaia, Buré e Mais!



Você já conhece muitas comidas indígenas: beiju e tapioca, canjica, moqueca, tucupi e tacacá, bolo de milho, entre outras comidas típicas indígenas baseadas, principalmente, em recursos provenientes da natureza: da caça, pesca e coleta.

Neste post você confere 50 comidas indígenas de povos diferentes, como os Macuxi, Baniwa e Tupinambá de Olivença. Surpreenda-se com as tradições, sabores e culturas e perceba como a culinária indígena influenciou e influencia a cozinha nacional.

Comidas indígenas populares

Comece conferindo as comidas típicas indígenas mais populares no Brasil.

Tapioca





A tapioca é feita com o amido da mandioca, que é espalhado em uma superfície aquecida e moldado em formato circular para formar um disco. Ela é servida com diversos recheios doces e salgados e é uma das comidas típicas indígenas mais consumidas em todo o Brasil.

Beiju

O beiju também é feito a partir da mandioca, mas da massa da mandioca. Além disso, o ponto da massa também é diferente, já que o beiju fica mais duro e sequinho, moldado em formatos diferentes, também chamado de beiju seco. Tanto o beiju quanto a tapioca são pratos típicos de índios que viviam na região onde hoje fica o estado de Pernambuco.

Canjica (mungunzá)

A canjica é, provavelmente, herança dos índios Tupinambás. O prato é feito com uma espécie de milho branco (que se chama canjica), com leite, leite de coco e açúcar. O milho não é triturado, fica inteiro no prato, mergulhado na base cremosa feita com o leite.





Moqueca de peixe

A moqueca de peixe é um prato original indígena que, depois, recebeu influências africanas e portuguesas, sofrendo algumas modificações. O nome do prato vem da língua tupi, do termo pokeka, que significa “assado de peixes”. Originalmente, os peixes eram colocados em grelhas de varas e cobertos por cinzas para assar.

Tacacá

O tacacá é um prato típico do Norte, feito à base de mandioca. Ele é preparado com o tucupi, um caldo amarelado colocado por cima da goma de tapioca, servido com o jambu, uma erva típica paraense que causa dormência na boca, com pimenta e camarão seco.

Pipoca

E olha só, a pipoca é de origem indígena também – poucas pessoas sabem disso! Tudo indica que os povos originários da América do Norte que descobriram que os grãos de milho estouravam quando expostos a uma fonte de calor.

Açaí

A origem do açaí tem até uma lenda indígena sobre a origem do fruto. Nas aldeias indígenas, os frutos são imersos em água quente, a polpa é amassada, misturada com água e peneirada para dar origem ao “vinho”, pronto para ser consumido.

Pamonha

A pamonha já é uma velha conhecida entre as comidas típicas de várias regiões do país, como Centro-Oeste, Norte e Nordeste, servida principalmente nos festejos juninos. É feita com milho verde moído ou batido no liquidificador, acrescido do leite, coco ralado, sal, açúcar e manteiga. A massa é enrolada na palha de milho e cozida em água fervente.

Pirão de peixe

O prato feito com farinha de mandioca e caldo de peixes ou carnes surgiu através da cultura indígena e é um ótimo acompanhamento para moquecas e cozidos.

Tucupi

O famoso caldo amarelo típico do Norte é extraído da mandioca brava e precisa ser fervido por alguns dias para liberar todo o cianeto, já que, logo quando é extraído, apresenta o ácido cianídrico (cianeto) e, por isso, é venenoso.

Paçoca de carne seca

A paçoca de carne seca é uma herança da alimentação indígena, feita à base de farinha de mandioca e carne seca ou peixes. A palavra paçoca vem da língua Tupi, do termo “pa’soka”, que significa esmigalhar, socar no pilão.

Pato no Tucupi

O pato no tucupi, como o próprio nome do prato já indica, leva o caldo amarelado e também é servido com o jambu, a erva paranaense que deixa a boca dormente.

Chimarrão

O chimarrão é típico do Sul do Brasil, mas o que pouca gente sabe é que a bebida à base da erva-mate é uma herança dos índios guaranis que viviam nas regiões onde hoje fica a República do Paraguai e o estado do Paraná. Inclusive, a erva tem até uma lenda indígena que explica a sua origem.

Bolo de aipim

O bolo de aipim (mandioca) tem origem indígena. A mandioca era cultivada por muitas tribos indígenas no Brasil, na bacia tropical do Rio Amazonas. A receita foi sendo modificada com o tempo e, hoje em dia, o bolo se tornou uma comida típica do folclore brasileiro, das festas juninas, muito consumido no Norte e Nordeste.

Giroba (paçoca de banana da terra)

A giroba é um prato típico do povo Tupinambá de Olivença, que vive em uma região de Mata Atlântica próxima à cidade de Ilhéus, na Bahia. O prato é feito com banana-da-terra, coco ralado fresco e leite de coco fresco. As bananas também podem ser refogadas no azeite com cebola, pimentões, tempero verde e azeite de dendê.

Txu’ü

Um prato à base de banana verde, que é cozida até que se separe da casca. Depois as bananas são amassadas, formando um creme que é refogado em óleo com alho e sal. O txu’ü é usado, geralmente, para engrossar caldos e sopas.

Jiquitaia

Jiquitaia significa pimenta com sal. A iguaria vem dos índios Baniwa, que vivem no noroeste do Estado do Amazonas, Colômbia e Venezuela. É uma mistura de pimentas que acompanha peixes e carnes, feita com pimentas frescas secas ao sol, geralmente a pimenta-malagueta (e outras), depois piladas com sal. A a receita também pode levar soro de queijo.

Comidas com mandioca

A mandioca é um alimento básico dos povos indígenas e é dela que se prepara o principal alimento consumida pelos mais diversos povos indígenas: a farinha de mandioca. Alguns pratos também são feitos com macaxeira.

Imu Yanisa Kiyauriri

O Imu Yanisa Kiyauriri é típico da culinária macuxi. É uma espécie de mingau de tapioca feito com leite de coco, açúcar, farinha de tapioca e água.

Hîhi

Hîhi é uma comida indígena brasileira que consiste em uma bolacha ou bolinho tradicional da culinária Terena, feita com a mandioca ralada, espremida e moldada em uma folha de bananeira, cozida em água duas vezes.

Kanape ou pão de mandioca com amendoim

O kanape é feito com a massa de mandioca seca, socada no pilão, peneirada e socada novamente com a massa de amendoim, tudo é bem misturado e umedecido para formar o pão que é assado na brasa.

Paparuto

O paparuto é uma comida típica dos índios Krahô, que vivem no cerrado maranhense. O prato é feito com macaxeira ou mandioca-brava ralada (o milho também pode ser utilizado).

A massa é colocada sobre folhas de bananeira no formato de cruz, e no centro da massa são colocados pedaços de carne. Depois tudo é enrolado e levado para cozinhar na fogueira com pedras quentes, coberto com folha de palmeira, com mais pedras quentes e terra.

Caiçuma de macaxeira

A macaxeira (atsa matxu) é a mandioca mansa, que deve ser descascada, lavada e cortada em cubos, fervida com água em uma panela coberta por folhas de bananeira. Depois de cozida, a macaxeira é amassada, transformada em pasta e coada, estando pronta para beber. A receita é típica da culinária Katukina.

Asa mikãri

A asa mikãri é a farinha mole de macaxeira, uma farinha em goma com grânulos macios. A macaxeira é colocada de molho por 3 dias, descascada e espremida no tipiti, depois peneirada e torrada no tacho quente. A consistência fica mole e ela é consumida na hora.

Peixes e carnes

Os peixes são uma fonte de proteína importante para os índios. A pesca é uma de suas principais atividades.

Damorida

Damorida é um caldo de peixe apimentado à base de pimenta, peixe ou carne de caça moqueada que acompanha beiju ou farinha. O caldo leva tucupi e é feito com pimentas variadas, como murupi, malagueta, olho de peixe e canimé e também é feita com folhas de cariru ou folhas de pimenta.

Mujica

A mujica é muito comum no Pará, um caldo feito com sobras de peixe sem espinhas, caranguejo e/ou camarões salgados, cheiro verde, pimentinha, alfavaca e chicória, engrossado com farinha d’água.

Mujica de peixe

A mujica (ou mojica) de peixe é feita com o pintado ou tambaqui em cubos, em postas ou assado e desfiado (existem variações), a receita leva a farinha branca, cheiro-verde, pimenta-de-cheiro, colorau, pasta de alho, entre outros temperos.

Mutap

O mutap também é um preparado de mujica que faz parte da alimentação tradicional do povo Kayabi. O prato é feito com diferentes caças e pesca, pode levar folhas de taioba, de mandioca e de macaxeira, podendo ser consumido junto com o mingau de milho e amendoim e com arroz.

Pirarucu de casaca

O pirarucu de casaca tem forte influência da culinária indígena. O protagonista do prato é o peixe pirarucu, conhecido como o bacalhau do Amazonas, que é desfiado e misturado com farinha uarini, leite de coco, banana, entre outros ingredientes.

Matrinxã na brasa

O matrinxã, também chamado de jatuarana a depender da região, é conhecido como o Saltador de Prata na Amazônia. O peixe de carne alaranjada e sabor suave é recheado, enrolado em folha de bananeira e assado na brasa. Uma comida típica indígena muito apreciada no Norte.

Bijajica

Bijajica é um bolo de mandioca e amendoim feito no vapor com mandioca crua e amendoim triturado, um prato feito originalmente pelos povos guarani no litoral de Santa Catarina. A receita foi sofrendo variações com o tempo e, hoje em dia, leva açúcar mascavo.

Kinhapira

A kinhapira é um prato símbolo da união entre as aldeias. O prato é típico dos povos baniwa que vivem na região do Rio Negro, um caldo de peixe apimentado feito com o matrinxã, aruanã ou outro peixe, pimenta murupí, tucupi preto e pimenta de cheiro.

Fani

Fani é um prato típico do povo kambeba, feito com macaxeira e pirarucu, enrolado e assado na folha de bananeira.

Peixe com banana verde ralada

Um prato típico dos povos indígenas Ashaninka, o peixe com banana verde ralada é um cozido simples de peixe com o caldo engrossado com a massa da banana.

Peixe na patioba

A patioba é a folha da palmeira pati, encontrada na Mata Atlântica. A receita de peixe na patioba vem da culinária Pataxó, onde o peixe é temperado apenas com sal e enrolado nas patiobas murchas no fogo, amarradas com cipó. Ele é assado em brasa ou cinzas e acompanha farinha de puba e mandioca.

Moqueado do Xingu

O moqueado do Xingu é feito com lascas de tambaqui assado no fumeiro, servido com beiju fresco.

Comidas com milho

Buré

O milho verde é o principal ingrediente do buré, que também leva cambuquira (broto de abóbora), cebola e alho. O milho é debulhado, batido e coado, refogado com os demais ingredientes e cozido até se tornar um creme bem consistente.

Mbojape

A origem do bolo de milho vem dos povos originários tupis guaranis, onde o prato é chamado de Mbojape e não é doce, assado em brasas, preparado principalmente nos rituais guaranis, sendo comum para os índios mbya guarani e caingangu.

Tsadaré

Um prato típico da culinária xavante, um bolo de milho tradicional indígena feito com milho xavante (nodzö) pilado e peneirado e água, que são misturados para formar uma massa. Essa massa é colocada nas folhas de bananeira-brava, enrolada e levada para assar em fogo de madeira e terra de cupinzeiro.

Mbyta

O prato tradicional da culinária Guarani Mbyá é feito com milho ralado para virar o bolo, com a massa enrolada em folhas de caeté (Peguao), cozida por baixo e por cima com cinzas.

Makaxi aparu

Aparu significa beiju. O makaxi aparu é o beiju de milho, feito com fubá ou amido de milho assado no tacho.

Outras comidas indígenas

Sapo na taboca

A taboca é uma espécie de bambu que deixa a carne de sapo com um gosto ainda mais especial. A carne é temperada com sal e colocada no cano da taboca com água para ferver. O cano é tampado com palha de poreki e colocado próximo à brasa. Os índios Ashaninka costumam comer a iguaria acompanhada de macaxeira cozida ou banana-grande assada.

Linguiça de macaco preto

A linguiça de macaco preto é feita com o fígado, carne e gordura do macaco, tudo bem limpo e misturado, temperado com sal, pimenta-malagueta ou outra pimenta bem ardente e batata de poreki ralada. O preparado é colocado no estômago do macaco, que é costurado com linha de algodão, cozido com água e, depois, no próprio caldo.

Tracajá cozido no casco com ovos

Tracajá é uma espécie de tartaruga de água doce. A carne do tracajá é cozida com água no próprio casco, depois temperada com sal. Por cima, coloca-se bananas-grandes cortadas e os ovos do tracajá para acompanhar o cozido.

Buchada de veado

Da culinária Shawãdawa, a buchada de veado é feita com a carne batida e temperada com pimenta e cheiro verde, cozida dentro do bucho do animal.

Guaraná

Os povos da etnia sateré-mawé tem tradição no cultivo do guaraná. Eles consomem o fruto misturado à água para aproveitar as propriedades energéticas e ganhar mais longevidade.

Farinha de saúva

O uso das formigas é muito comum na alimentação indígena, principalmente as do tipo saúvas ou as maniwara. Geralmente, as formigas são torradas e usadas como farinha.

Coró

O coró é feito com a taquara, uma lagarta encontrada nos caules ocos da planta que recebe o mesmo nome, uma espécie de bambu. Para preparar a receita, corta-se a taquara, retira-se todos os lagartos e insetos para fritá-los com banha. Típico da culinária Kaingáng, o coró é utilizado em outras receitas, como canjica, farofa e bolo na cinza.

Bebidas

Tarubá

Tarubá é uma bebida alcoólica de origem indígena, com consistência leitosa à base de mandioca fermentada.

Aluá

O aluá é uma bebida refrigerante fermentada de origem afro-indígena feita a partir da fermentação de grãos de milho em potes de cerâmica por 4 dias. É uma bebida típica de festas juninas e hoje é preparada com ingredientes diferentes, como pão, cravos-da-índia, rapadura preta e gengibre.

Txaka

A txaka é outra bebida fermentada feita a partir da mandioca feita pelos povos Xingu.

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